Ondas Cerebrais, Sincronização Hemisférica e a
Tecnologia do Sono.
Nas últimas décadas, os pesquisadores
do sono e do sonho produziram uma quantidade substancial de conhecimento
devido, sobretudo ao desenvolvimento e aplicação de novas tecnologias.
Por exemplo, o eletroencefalógrafo, ou
EEG, é capaz de monitorizar mudanças nas frequências e padrões das nossas ondas
cerebrais. O nosso cérebro produz ondas de correntes que fluem através das
ligações neurais. O tipo de onda cerebral é definido pela frequência a que esta
pulsa e este tipo particular de pulsação influenciará o nosso estado mental
respectivo.
Existem quatro tipos básicos de padrões
de ondas cerebrais, mas devido à complexidade do cérebro humano existem frequentemente
diversos padrões interagindo simultaneamente. É a predominância de um padrão
sobre os outros que determina o nosso estado de consciência.
Abaixo
apresento uma descrição de cada um dos quatro principais padrões bem como o seu
intervalo de frequência e respectivo estado mental.
Ondas Beta: São as ondas mais rápidas, 13 a 30 Hz. Este é o padrão que obtemos ao monitorizar o nosso cérebro durante o estado de vigília. Ou seja, se neste momento efetuasses um EEG este obteria um aspecto típico de um padrão de ondas Beta.
Ondas Alfa: Mais lentas que as Beta, 7 a 13 Hz. Estão normalmente associadas a um estado de maior tranquilidade e relaxamento. Podem ser encontradas durante os estados meditativos mais comuns.
Ondas Theta: 3 a 7 Hz. Estão associadas a um estado de grande capacidade de reminiscência, criatividade e visualização, inspiração e conceptualização holística. É o padrão cerebral representativo do sono REM, ou seja, do sonho.
Ondas Delta: São as mais lentas dos 4 padrões principais, 1 a 3 Hz. Estão associadas ao sono profundo, sem sonho, e ao transe profundo.
Ondas Beta: São as ondas mais rápidas, 13 a 30 Hz. Este é o padrão que obtemos ao monitorizar o nosso cérebro durante o estado de vigília. Ou seja, se neste momento efetuasses um EEG este obteria um aspecto típico de um padrão de ondas Beta.
Ondas Alfa: Mais lentas que as Beta, 7 a 13 Hz. Estão normalmente associadas a um estado de maior tranquilidade e relaxamento. Podem ser encontradas durante os estados meditativos mais comuns.
Ondas Theta: 3 a 7 Hz. Estão associadas a um estado de grande capacidade de reminiscência, criatividade e visualização, inspiração e conceptualização holística. É o padrão cerebral representativo do sono REM, ou seja, do sonho.
Ondas Delta: São as mais lentas dos 4 padrões principais, 1 a 3 Hz. Estão associadas ao sono profundo, sem sonho, e ao transe profundo.
Sabendo as características mentais
associadas a cada padrão de ondas cerebrais, tal como foram acima referidas,
teríamos uma enorme vantagem em induzir um determinado padrão de ondas à
facilitar determinadas atividades mentais. Felizmente existe uma forma para fazer isto e baseia-se no princípio
científico da Harmonização. Os sons binaurais podem ser usados para harmonizar
ou sincronizar ambos os hemisférios cerebrais num só padrão sinérgico de ondas
cerebrais.
O que é então o princípio da
Harmonização? É muito simples. Por exemplo, vamos supor que penduramos nas
paredes da mesma sala vários relógios de pêndulo e que cada pêndulo se move ao
seu próprio passo, defasado de todos os outros. Com a passagem do tempo os
pêndulos tornar-se-ão progressivamente sincronizados, adaptando-se naturalmente
o ritmo de cada um até todos os pêndulos se moverem em sintonia, em uníssono.
Esta sincronização é o resultado do princípio da harmonização, é um fenômeno
físico que ocorre de forma sistemática na natureza sempre que a oportunidade se
proporcione.
Este processo é importante, pois também
possuem implicações diretas ao nosso cérebro, que opera de modo semelhante a
uma caixa de ressonância. As ondas cerebrais pulsam a diferentes amplitudes e
frequências, dependendo do nosso grau de envolvimento em determinadas
atividades. Tal como o pêndulo do relógio, o nosso cérebro pode ficar
sincronizado com determinados padrões de ondas se for exposto aos estímulos
apropriados. Este é também um processo usado pelos xamãs em diversas tribos
indígenas, que usam tambores e chocalhos para harmonizar as suas ondas
cerebrais com uma frequência particular e assim entrar num estado de
consciência alterado.
Juntamente com o papel desempenhado
pelas ondas cerebrais no nosso estado de consciência é também importante
discutir a anatomia básica do nosso cérebro e a forma como as suas partes
interagem e funcionam. Os nossos cérebros possuem dois hemisférios, esquerdo e
direito. O hemisfério esquerdo é linear, lógico, prático e orientado no tempo.
Por seu turno, o hemisfério direito prece ser muito mais não linear, abstrato,
criativo, holístico e não lógico. Por exemplo, um contabilista usa
provavelmente muito mais o seu hemisfério esquerdo enquanto que um artista usa
mais o direito. Tendemos a favorecer o uso de um determinado hemisfério
consoante a atividade em que estamos concentrados. Assim como existe uma
predominância de certas ondas cerebrais dependendo de determinadas atividades
também existe a predominância de um dos hemisférios consoante o que estamos a
fazer.
Os dois hemisférios estão ligados pelo
corpo caloso. Esta estrutura funciona como uma ponte ou conduta entre ambos os
lados e pode literalmente ser exercitada e fortalecida mentalmente até se
tornar fisicamente maior e mais capaz de transmitir informação entre os dois
hemisférios. Sincronizando os dois hemisférios e permitindo que estes trabalhem
em conjunto podemos potencializar as nossas capacidades mentais. Basicamente, é
como ter um computador mais rápido com os componentes mais integrados, capaz de
aceder mais rapidamente à informação e processamento de dados. Tornando o nosso
cérebro mais eficiente.
E como podemos então fazer isto? Vários
estudos demonstraram que a meditação pode conduzir a estados em que o padrão de
ondas cerebrais reflete uma sincronização entre os hemisférios cerebrais. Esta
sincronização reflete um estado especial em que ambos os hemisférios estão
ativamente envolvidos nas mesmas frequências. Os EEGs de meditadores
experientes exibem uma sincronização hemisférica acima do comum bem como a
capacidade de atingir estes estados deliberadamente. Ambos os hemisférios podem
estar sincronizados em qualquer padrão de ondas cerebrais tais como Alfa ou
Theta, ou qualquer outra combinação. Esta característica conduz-nos ao próximo
tópico de interesse: os sons ou batidas binaurais.
A melhor forma de explicar os sons
binaurais é descrevendo por que e como são feitos, mas primeiro será melhor
abordar um pouco o seu criador. Robert Monroe, o pioneiro das experiências
fora-do-corpo, fundou o Instituto Monroe na Virgínia, EUA. Esta é uma
organização dedicada ao estudo da consciência e seus estados modificados. Ao
longo de anos de pesquisa desenvolveram um processo capaz de alterar
sistematicamente os padrões de ondas cerebrais de forma a induzir estados de
consciência particulares. Monitorizando os sujeitos em estados alterados,
Monroe e os seus colaboradores realizaram experiências com o som para modificar
o estado mental de uma forma previsível e controlada. Com o tempo, esta equipe
de pesquisadores desenvolveu o processo de criar sons binaurais. Este processo
utiliza o princípio da Harmonização acima descrito para conduzir o cérebro a
frequências de ondas cerebrais específicas e pré-determinadas.
Criar
frequências de sons binaurais é na verdade muito simples, é quase mais fácil
fazê-lo do que explicá-lo! Este processo consiste basicamente em aplicar
estímulos auditivos em ambos os ouvidos. A ideia é tocar um tom num ouvido e
outro tom, ligeiramente diferente, no outro ouvido. Ao processar estes dois
tons captados pelo ouvido direito e esquerdo, o cérebro assimila a diferença
entre os mesmos e, num efeito de harmonização, entra nesta frequência.
Ou seja, se o nosso ouvido esquerdo captar um som com uma frequência de 97 Hz e
o direito captar um som com uma frequência de 103 Hz, o nosso cérebro irá
reconhecer um diferencial de 6Hz e assim entrará nesta frequência, que se
enquadra no intervalo de ondas Theta. De igual forma o nosso comportamento começará gradualmente a alterar-se,
entrando num estado de profundo relaxamento e sono.
Ao
escutarmos estes sons binaurais podemos perceber um tom ondulante. O fantástico
é que este tom ondulante não está a ser transmitido pelos headphones, este
efeito de vibração é na verdade uma criação da nossa mente, ao sintetizar os
dois sons. Quando escutamos um tom num ouvido e outro tom, ligeiramente
diferente, no outro ouvido, os hemisférios do nosso cérebro ficam sincronizados
e é esta sincronização que produz este tom ondulante.
Demonstração de um padrão de som binaural
Demonstração de um padrão de som binaural
Usando esta tecnologia, o Instituto
Monroe, e posteriormente outras empresas, desenvolveu uma linha de cassetes e
CDs Hemi-Sync. Usando estes CDs podemos atingir de modo viável determinado
estado de consciência. Existem CDs usando este princípio criados com diferentes
propósitos, por exemplo: potenciar
a aprendizagem, deixar de fumar, facilitar o sono, promover uma cura mais
rápida, induzir sonhos lúcidos e facilitar a ocorrência de experiências
fora-do-corpo.
Concluindo,
podemos verificar que, devido ao advento da ciência e ao desenvolvimento da
tecnologia, a cultura ocidental parece finalmente ter encontrado as suas próprias
formas de induzir estados de consciência alterados entre os quais podemos
encontrar o sonho, comum ou lúcido. Assim, podemos usar esta tecnologia para
nos ajudar a ter sonhos, a potenciar a sua retenção e recordação e até para nos
orientar durante os mesmos. Isto é algo que os xamãs ou os monges do Tibete
descobriram e fazem desde há séculos usando métodos naturais, no primeiro caso
através da ingestão de psicodélicos naturais e no segundo através da meditação
e Yoga dos sonhos.
Instruções Úteis para o uso correto:
1. Deverá ser ouvido com fones de ouvido com capacidade ESTEREO (mais aconselhado) ou por um bom sistema de som também ele configurado para ESTEROFONIA.
2. Não deverá ser escutado muito alto. O suficiente para que não ocorram distrações vindas do exterior.
3. Deverá colocar-se numa posição confortável (de preferência olhos fechados) e garantir que não será perturbado.
4. A audição de batidas binaurais pode induzir a estados de perda de consciência o que pode ser perigoso a quando a condução de máquinas ou automóveis, assim que se recomenda precaução.
Instruções Úteis para o uso correto:
1. Deverá ser ouvido com fones de ouvido com capacidade ESTEREO (mais aconselhado) ou por um bom sistema de som também ele configurado para ESTEROFONIA.
2. Não deverá ser escutado muito alto. O suficiente para que não ocorram distrações vindas do exterior.
3. Deverá colocar-se numa posição confortável (de preferência olhos fechados) e garantir que não será perturbado.
4. A audição de batidas binaurais pode induzir a estados de perda de consciência o que pode ser perigoso a quando a condução de máquinas ou automóveis, assim que se recomenda precaução.
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